Mostramos o que somos
10 Oct 2017
Pedro Louro em entrevista com a ÓpticaPro

Fundada em 1995 pelo empreendedorismo de dois amigos,a SPJ é hoje uma empresa de sucesso em Portugal no ramo das soluções de informática, tecnologia e conteúdos no setor da ótica. Pedro Louro, um dos sócios-gerentes, desvendou à ÓpticaPro os planos para o futuro.

 

ÓPTICA PRO:  Como nasceu a SPJ?

PEDRO LOURO:  Em 1995, eu e o meu sócio João Pedro Soares, criámos uma empresa de informática numa fase em que esta área era relativamente recente. No início, a empresa focou-se em três áreas de atuação: contabilidade, informática e comunicações, na altura em parceria com a já extinta Telecel, que deu origem à atual Vodafone. Em 1996 fomos convidados para sermos parceiros de uma software-house ligada ao setor das óticas e foi essa a rampa de lançamento e início do nosso percurso na área da programação e desenvolvimento de software. 1999 foi um marco para nós, especializámo-nos em informática e neste nicho de mercado, por sentirmos que havia lacunas neste setor. Lançámos o primeiro software em ambiente gráfico Windows, pondo fim aos habituais ecrãs azuis. Em 2000, fruto do pseudo-bug desse ano, assistimos a um crescimento enorme da SPJ. Têm sido 17 anos a pautar instalações de norte a sul do país, sempre em crescimento.

 

OP: Porquê a aposta no setor da informática?

PL: Era uma paixão. Eu estudava Informática de Gestão; o meu sócio João Pedro estudava Gestão de Empresas. Ficámos ambos no terceiro ano, pois foi impossível conciliar este projeto de empreendedorismo com os estudos. Fizemos diversas formações técnicas na nossa área, apostando numa formação profissional mais prática, essencial na aquisição de experiência e know-how. Começámos com três pessoas, nós os dois e uma administrativa. Atualmente, somos uma equipa de nove funcionários, complementada por uma rede de colaboradores externos.

 

OP: Foi uma aposta de sucesso…

PL: São os acasos da vida, as oportunidades que surgem. Foi fundamental começarmos a trabalhar com um conjunto de clientes que nos deram o conhecimento do que o mercado necessitava.

 

OP: O Opticwin, software dirigido para as óticas, existe há quase vinte anos. Como surgiu a ideia de o criar?

PL: Foi um software que teve logo um grande sucesso no início, foi uma revolução. Trouxe como vantagens a simplicidade, a possibilidade de poder trabalhar com o rato, aceder ao conteúdo que queríamos diretamente no ecrã. É um software único, desenhado para o setor da ótica, desenvolvido com soluções específicas para esta área,com módulos de gestão. Quando os nossos clientes veem o Opticwin, sentem que os processos estão desenhados e definidos para trabalho do dia-a-dia numa ótica, adaptando-se a óticas maiores ou mais pequenas.

 

OP: Quais os vossos principais clientes?

PL: Trabalhamos em cerca de mil pontos de venda. Somos o parceiro na área da informática do grupo Optivisão, do Oculista das Avenidas, Fábrica de Óculos do Cacém, Optiframa, Óptica Parente, Centro Óptico de Angola... Todos assentam os seus processos no Opticwin. A nível internacional estamos presentes em Angola, Moçambique, Cabo Verde e Marrocos. Este ano abrimos um escritório em Madrid e São Paulo, dois novos mercados que estamos a trabalhar. O futuro da empresa passa por implementar uma SPJ com parcerias interessantes nestes mercados. No Brasil as óticas são muito diferentes, com múltiplos pontos de venda. É um país num mau momento, mas com grande capacidade de se reerguer.

 

OP: Qual a importância do setor da ótica na SPJ?

PL: Representa perto de 90% do nosso volume de vendas. No pior momento de crise que o nosso país atravessou, tivemos diversos trabalhos no exterior. A especialização neste setor permitiu-nos um forte crescimento em Angola e compensou os momentos difíceis que se viviam internamente... na verdade, devido a esse crescimento, a crise passounos um pouco ao lado. No entanto, não estamos só no setor da ótica. Trabalhamos com o Grupo Brodheim (Timberland, Guess e Furla), implementámos as soluções de impressão da Polícia Judiciária... Trabalhamos com clientes de diversas áreas, nos quais implementamos e gerimos todo o sistema informático e de impressão.

 

OP: Qual o investimento da SPJ ao nível da formação?

PL: Não há óticas iguais, mas o nosso pacote de software inclui formação especializada à medida de cada cliente. Com a formação estreitamos relações com os nossos parceiros, que nos apoiam nas constantes formações direcionadas ao cliente. Cada caso é um caso, temos a consciência que devemos adaptar o software e todo o sistema informático à realidade da loja.

 

OP: No ano passado lançaram a Expert Effective, especialista em marketing digital. Porquê a aposta nestes conteúdos?

PL: Temos estado sempre em constante evolução ao longo destes 23 anos. Orgulhamo-nos de ter crescido sempre atentos às necessiades do principal mercado onde atuamos. Este novo projeto veio ao encontro das necessidades que detetámos nesta área, no principal setor onde operamos. Esta empresa, 100% SPJ, com uma equipa especialista em marketing digital, pretende ser um parceiro de confiança na área da comunicação e imagem, com forte vertente para o desenvolvimento de sites, gestão de redes sociais e ativação de marcas. É um pequeno projeto com muito potencial que se afirmou já em 2017, direcionado a clientes que já trabalhavam connosco, com dificuldades nesse sentido e que assim podem centralizar todos os serviços na mesma estrutura.

 

OP: Quais as maiores apostas para 2018?

PL: Queremos consolidar o projeto e ser uma empresa portuguesa com uma quota de mercado forte em Espanha. Atualmente, protagonizamos um processo de expansão e internacionalização e a nossa grande aposta passa pelo mercado espanhol. No Brasil podemos rapidamente ter um grande sucesso, com um cliente que tem quase tantas lojas como o nosso total aqui em Portugal. É um mercado com empresas interessantes de muito potencial, com ideias que partilho e que poderão crescer. Queremos igualmente consolidar a nossa presença em Angola, com parcerias de grande proximidade com os nossos clientes. A meta é igualmente fortalecer as parcerias nos Palop’s, uma aposta pela proximidade e pela forte presença na aquisição de bens a nível nacional.

 

ÓpticaPro, Edição 173, outubro 2017